sexta-feira, 16 de novembro de 2007

A Cor de um país plural



" E aí, neguinho?", "Ô, Pele, pega aquela caixa!","Tudo bem, japa?","Então aí, alemão!","Me dá uma bala, meu: você parece turco!". Quem nunca ouviu no dia-a-dia frases como essas? O Brasil se Diz um país sem preconceito racial, mas será que essas frases não ocultam algum tipo de preconceito?



A seguir você vai ler um painel de textos com depoimentos importantes de pessoas que já viveram situações relacionadas com o preconceito racial.





O PRECONCEITO RACIAL

No ano passado, eu passeava num shopping de Curitiba com minha mãe, quando gostei de uma blusa. Entrei na loja. Vi o preço. Era Caríssima. Mesmo assim, quis experimentar.

Mas ninguém me atendia. As vendedoras me olhavam de cima para baixo. Olhavam e faziam que não me viam. Fiquei nervosa e fui embora. Disse à minha mãe o que tinha acontecido. Decidi, então, voltar. Contei até dez. todos continuavam a me ignorar. Aí explodi. "Sera que tenho de abrir minha bolsa e mostrar meu cartão de crédito?" Virei as costas e saí. A gerente então correu atrás de mim. Tenho me explicar que não podia adivinhar que eu tinha dinheiro para comprar a blusa. Não quis ouvi-la, não. Poxa, só porque sou negro não posso ter dinheiro ?

O preconceito existe, sim. [...]

Cynthia Rachel , 18 anos, a Biba do Castelo Rá-Tim-Bum. (Veja, 24/06/1998.)

Desde os 12 anos, coloquei na minha cabeça que eu poderia me dar bem no futebol. Era um sonho, eu sabia. Então, por segurança, estudava para ser torneiro mecânico. Enquanto eu Vendia pastéis em feiras da prefeitura. A vida era difícil. Refrigerante e frango, só aos domingos. Na escola, como eu não tinha dinheiro para comprar doces na hora da merenda, meus amigos diziam: Também, teu pai é preto e lixeiro ". Até hoje me lembro de um garoto branco, o Marcos. Ele era muito rico para os nossos padrões, mas era ou único que não se incomodava com a minha cor. Era meu melhor amigo. trocávamos as roupas e ele deixava eu usar as dele, muito mais carase bonitas que as minhas. Eu nunca ia ás festas boas do meu bairro. Tinha medo da discriminação. Sei que os grã-fino me olhavam de maneira diferente, então procurava o povão em bailes funk. Tudo isso era triste para mim, mas pior decepção foi quando me apaixonei pela filha de um marinheiro. Ele não admitia vê-la ao lado de um negro com cabelo black power. E esse racismo arruinou tudo.

Marcelo Perreira Surcin, o Marcelinho Carioca, jogador de futebol.(Veja, 24/06/1998.)

Numa das salas de um curso de pós-graduação, fui incumbida pela professora de observar a apresentação de alguns trabalhos de colegas da sala e fazer um comentário avaliativo.

Depois de Concluída minha exposição, a professora comentou: " O debate foi tão intenso que a 'japoronga' até arregalou os olhos! ". Nesse momento, me senti paralisada pela crueldade das palavras. Não consegui fazer nada, a não ser esboçar um sorriso sem graça e sentar-me quieta. Fui embora comum sentimento de tristeza tão grande, pensanedo que mesmo no meio univeritário ainda teria que ouvir comentários pejorativos como esse.

Entender que atitudes epalavras como essas, ainda que sutis, são expressões de preconceito foi um processo doloroso para mim, que me acompanhou por toda a vida e em todos os lugares.

Cristina Akisino, brasileira, neta de japoneses, pesquisadora icnongráfica em São Paulo.

O que diz a lei?
A constituição de 1989 confirma a antiga lei de 1948: "Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos."
Para reflexão
1 - Sera que existe a cor ideal para ser feliz?
2- O preconceito racial acontece somente na classe Baixa?
3- Se o nosso país possui pessoas de Todas as raças. Qual a razão do preconceito?
4- Qual o motivo do preconceito racial existir tambem nos meios academicos? Se são pessoas de Conhecimentos superiores.
5- Estes depoimentos aconteceram há dez anos. Por que até hoje existe preconceito racial.

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